Há coisas que por mais que tentemos explicar só são percebidas nas entrelinhas: a verdade por trás de um “tapinha nas costas”, a emoção ao dar as mãos pela primeira vez, a real intenção de um “bom dia” pela manhã, o mistério de afeiçoar-se a alguém quando aparentemente não temos nada em comum com essa pessoa...
Acontece que a empatia não é algo de explicação palpável. É uma prática que pode ser percebida nas pequenas coisas, como numa simples troca de olhares.
É aí que colocamos em prática o conceito de alteridade, que simplificando, significa; enxergar o mundo sob a ótica do outro. É entender o outro como simplesmente outro e nunca um estranho.
E o que fazer quando o “outro” pertence a um grupo chamado de “loucos”? Quem são os loucos? A que grupo pertencemos? Quem nos separa em grupos? E quem não pode ser considerado louco?
Primeiramente precisamos entender o que significa ser louco.
Algumas definições defendem a idéia de que o louco, não é um doente mental. Mas sim, um sujeito julgado de uma forma diferente pela sociedade.
Sendo assim, devemos aplicar o conceito do relativismo. Que afirma que toda avaliação é relativa a algum padrão, seja qual for, e os padrões derivam de culturas.
Ou seja: loucura e sanidade são conceitos baseados em pontos de vista.
Será que é ser louco desejar, de repente, deitar-se na grama a despeito dos que estão em volta, e fazê-lo?
Será que é ser louco não ter vergonha de cantar sua música favorita em inglês, sem saber uma palavra do idioma?
Seria atitude de louco sair na chuva no meio da multidão em uma tarde marcando quase 40 graus?
Seria loucura passar horas falando sozinho quando só você te entende?
Analisando esses e outros muitos outros exemplos que acontecem todos os dias a minha volta, concluo que: LOUCO, SOU EU.

13 comentários:
Honestamente, a sanidade plena é que é loucura.
Sanidade é para os que vêem de fora, no fundo ninguém é são e esse é o legal da vida.
Adorei Anderson!
e muito obrigada pela visita :)
Saudade, louca saudade foi a que eu senti de ti, amigo super querido!
Mesmo na prosa, sempre poético, esse Anderson, e falando de doces loucuras, como rolar na grama fresca e úmida num calor de 40 graus. Ah, isso traz-me à lembrança o banho de chafariz que tomei numa pracinha daqui e era de madrugada.
Não, amigo, não percamos a nossa loucura de cada dia, esse é o pão que alimenta a nossa sensibilidade.
"Mas louco é quem me diz que não é feliz...eu sou feliz!" [isso aqui na voz do Ney é uma doideira e tanto, né?Rs]
Ixiiii, que eu já tô indo longe demais, mas foi você quem me provocou!
Obrigada mesmo pela gentil visita, Anderson!
Qualidade e beleza sempre pairam por aqui, mas não pare de aparecer por lá.
Beijinhos bem louquinhos!!!
Seu blog também está lindo como sempre... e a escrita, ÚNICA E INCOMPARÁVEL!
Saudades...
Olá meu amigo, quanto tempo que saudades.
Obrigada pela visita, adorei.
Teu blog, continua lindo e vc cada dia mais poetico.
Todos nós temos nossas loucuras.
Abraços,
Cris
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Anderson, penso que a loucura é relativa, mesmo!
Muitos são taxados de loucos, apenas por que não seguem o padrão imposto por uma sociedade hipócrita e saturada de conceitos...
Gostei demais da sua reflexão!
Beijos de luz e o meu carinho...
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Prefiro viver a minha tal "insanidade" do que a normalidade do mundo... De poeta e louco todos nós temos um pouco...
Parabéns cara!
Isso sim é ser Catedrático, um ser pensante, e acima de tudo LOUCO! PAZ!
"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo" (Raul Seixas, o saudoso maluco beleza)
O que seria desse carcomido mundo se não existissem os criativos loucos? Os artistas, os poetas, os que trabalham anonimamente para torná-lo menos pior.
Tanto mais para dizer em cima desse fantástico post, meu amigo Anderson. Mas por aqui vou ficando e lhe desejando, e aos seus, um ótimo final de semana...
Mil carinhos!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
por muitas vezes me questionaram se eu era normal, implicitamente querendo dizer que eu era louco ou maluco, por conta de algumas excentricidades que eu confesso que tenho, mas nada que pudesse machucar ou agredir alguém, ai então eu respondia com outra pergunta: você sabe o que é normal?
e adivinhem, eu não tinha resposta alguma da pessoa questionada.
uma resposta tão simples.
normal é aquilo que segue norma, igual, que não foge de um padrão.
mas nós não somos diferentes?
então quem pode se dizer normal?
e eu faço uma pergunta mais profunda ainda:
quem define o que é normal?
o rotulo esconde o que tem dentro da embalagem,é tão bonito e colorido por fora, mas e por dentro?
observe e veja além do que possa ser ou aparentar,isso pode transformar o mundo...
Olá!!
PAssando para conhecer e seguindo!!
Abs,
Daniele Barizon
www.neointerativo.com
Perfeito...
Enquanto andei nos retos caminhos da "sanidade" /
não tive felicidade/
e me vi morrendo aos poucos, quando deixei de ser louco....
....Acho mesmo que sou louco
Nesse mundo dos normais
Não preciso de dinheiro
eles sempre querem mais.
Sou liberdade e loucura
mas com elas tenho paz.
Então, vou recomeçar minha jornada .
Estou com bastante saudade de todos
Beijos no coração
Adorei a sanidade dessa tua loucura. Amei teu texto! Você é psi?
Te sigo aqui.. Ainda quero conhecer os outros blogs, verei todos em breve. Abç e que Deus o abençoe e multiplique esse dom lindo. =D
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