quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O homem à beira da estrada



A pressa não somente é inimiga da perfeição como também nos furta o melhor da vida que está nos detalhes.
Olhe com pressa para uma joaninha pousada numa flor! Agora olhe com calma...
Olhe com pressa para a valsa dos coqueiros na tarde chuvosa! Agora olhe com calma...
Pois bem, a pressa nos rouba.
Olhe todos os dias com pressa para a pessoa amada, deixando de perceber um possível motivo de seu sorriso, ou na pior das hipóteses, a razão de uma lágrima. Logo, essa pessoa estará tão distante que nem será possível medir o tamanho do abismo que se formou.
Pois bem, a pressa nos destrói.
Olhe com pressa para todo e qualquer irmão que esteja à sua volta, sem perceber a imagem de Deus que resplandece nele, sem perceber a ligação de corpo que há entre você e ele, a ponto de criar feridas no corpo de Cristo, a ponto de estabelecer uma noiva feia, sem adornos, sem brilho...
Pois bem, a pressa mata!
A pressa é uma arma usada pelo inimigo de nossas almas para aprisionar-nos em uma vida pobre, destinada à destruição e morte.
O tempo de Deus é perfeito, pois está dentro de sua vontade, e sua vontade é perfeita, boa e agradável!
Quantas coisas boas, perfeitas e agradáveis acontecem tão rapidamente a ponto de não termos tempo de aproveitá-las?
Quando falo da vontade de Deus, sou levado ao jardim.
 O jardim da criação, o jardim da comunhão, o jardim que nasceu no coração de Deus e foi plantado por Ele aqui na Terra.
A bíblia nos diz que Deus descia para passear com Adão pelo jardim, e passeava...
Lenta e calmamente. A única maneira de se passear por um jardim.
Um jardim requer um passeio cauteloso, contemplativo, sem pressa...
O objetivo da caminhada por um jardim é a própria caminhada, e não o destino.
Quem caminha por um jardim, não caminha para chegar. Caminha para caminhar!
Porém, o homem dotado de “esperteza” (diabólica) achou por bem asfaltar o jardim de Deus.
O mundo se tornou “fast”, o homem preferiu o “flash”. Nossa geração trocou o efeito luminoso da luz pela velocidade da luz... Deixamos o leve caminhar pelo intenso correr. 
Um terreno asfaltado, sem acidentes (e sem elementos de distração) não permite passeios lentos, pelo contrário, exige caminhadas velozes.
E à beira dessa estrada, por vezes encontramos Deus, sentado, segurando algumas flores nas mãos. Flores que foram arrancadas do acostamento, porque impediam o avanço oportuno.
E ao cruzarmos com Ele, acenamos rapidamente e, sem parar, seguimos com a sensação de que temos um relacionamento com Aquele homem à beira da estrada.
O homem á beira da estrada, o jardineiro da criação, o poeta da vida, sente saudades de nós e sente saudade de seu jardim. E apesar de não utilizar o sistema rápido de uma linha de produção sobre rodas,  usa um sistema movido pelo poder do Espírito chamado “De repente”.
E mediante a graça, os “de repentes” de Deus possibilitam a volta desse jardim, se quisermos.
Se abandonarmos por um instante essa busca insana e vazia, se deixarmos de cometer o grave erro previamente advertido, de não correr atrás do vento, o homem à beira da estrada no levará pela mão de volta ao jardim. Para caminharmos, passearmos e conhecê-lo intimamente.
A eternidade está disponível e ficará... Por toda eternidade!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Aquietar-se



É preciso ter intimidade com Deus para ser capaz de aquietar-se diante de seu silêncio.
Como quando um sorriso se abre ao bradar um silêncio entre dois amigos.

domingo, 5 de agosto de 2012

Outro mar




Vez por outra
O mar se desfaz
Ao subitamente 
Atingir a areia


Cada dia
De tanto marejar
De tanto brisar
É outro mar

sábado, 4 de agosto de 2012

Arte by Cibele Bacelar



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

V e r b o


A concha de sua mão
Abriga o mar
Debaixo de seus olhos
A face da Terra
Toda  plenitude
Dentro de mim


No frágil peito
Mora o indefinível
No pequeno coração
O incalável Verbo
Pleno e perfeito
Derrama, transborda


O corpo cansado
Tirado do pó
Coração afastado
Resgate oportuno
Espírito recriado
Não vive mais só

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Descalço


Pra distrair
Sagrados silêncios
Pranteio canções
De salvação e dor
E a cada intervalo
Descalço e sozinho
Refaço o caminho

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Porta destrancada

Eu queria morar
Numa casa azul
Com vista para o mar
E o quintal ao sul

Casa perfumada
Céu multicor
Porta destrancada
À espera do amor